terça-feira, 13 de abril de 2010

Por que o trânsito existe?

A cada ano, vemos mais e mais estatísticas de que o trânsito só tem aumentado. Mais pessoas adquirem seus próprios meios de transporte e deixam de usar o transporte público uma vez que ter seu próprio carro, moto ou qualquer outra coisa é muito mais atrativo, confortável e prático.

Tudo que estamos vendo ocorrer com o trânsito é resultado de um monte de pequenas coisas que somadas dão no que dão. A distância entre a casa de uma pessoa e o local onde ela trabalha ou estuda cada vez é maior, uma vez que os locais empresariais ou industriais estão cada vez mais restritos a essa função e, no caso das faculdades, muitas possuem seu campus em locais distantes de lugares mais ‘residenciais’. Com a distância maior e a facilidade atual em adquirir seu próprio meio de transporte (consórcios, financiamentos, parcelas que duram a vida toda), muitas pessoas não pensam duas vezes quando possuem a chance de o adquirir. E é compreensível pensar assim quando consideramos que o planejamento e a infraestrutura do transporte público não é dos melhores.

Com essa maior demanda de automóveis, o governo toma soluções de cunho imediatista: aumento de uma hora no rodízio, caminhões com circulações restritas, asfalta mais vias e constrói viadutos.

E assim tudo vai progredindo e ficamos todos felizes, certo?

Certo até o primeiro congestionamento que pegamos, até o primeiro acidente que causa trânsito por horas e mais horas, até a primeira enchente, até acabar a luz e tudo virar um caos completo.

Resolução imediatistas podem ser boas durante um tempo e depois, quando percebemos que deixamos de pensar a longo prazo, que deixamos de considerar possíveis acontecimentos, vemos que a resolução não era tão boa assim.. E o que fazemos? Tomamos outra resolução imeadista para resolver o novo problema? E aqui entra um novo questionamento: a nossa cultura, o nosso costume em aceitar o que não nos afeta diretamente ou o que conseguimos continuar levando por um tempo...

O fato é que o trânsito não tem um culpado, não tem um fator que podemos apontar e dizer: “este é o culpado, vamos acabar com ele!”. São vááários fatores somados, vááárias pequenas coisas que julgamos não nos afetar “tanto assim”. São coisas que ignoramos por acharmos pequenas e insignificantes e que somadas tomam uma relevância maior.

O que eu coloquei aqui não chega nem na metade das inúmeras coisas que geram o trânsito, mas fica um caminho a ser seguido para uma possível reflexão...

Um texto interessante a ser lido, que mostra muito dessa nossa cultura em aceitar o que nos é dado e aprender a lidar com aquilo pode ser lido nesse blog:

http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/04/10/jeitinho-suicida-282679.asp

Vou colocar um trecho aqui:

“Resolvemos o problema de cada pedaço de asfalto sem considerar que, um dia, todo o território estará asfaltado; deixamos que a pobreza expulse cada brasileiro do campo, sem perceber que, um dia, as cidades estarão superpovoadas; toleramos construções em ladeiras vulneráveis, sem considerar que um dia as fortes chuvas, sem terem para onde escorrer, arrastarão mulheres e crianças, soterrando-as. O Brasil construiu suas cidades como se as chuvas jamais fossem acontecer com a densidade concentrada que só ocorre com certa raridade - mas que acontece. E para não mudarmos o modelo de desenvolvimento e o imediatismo que norteiam as decisões, vamos dando “jeitinhos”, como se as chuvas nunca viessem em densidades infernais, mas previsíveis no longo prazo; usando políticas públicas que privilegiam apenas a solução de problemas de uma parte pequena e privilegiada da sociedade.”

Vou colocar também um texto que eu acho que nos faz parar pra pensar também:

Muitas vezes as pessoas são egocêntricas,
ilógicas e insensatas.
Perdoe-as assim mesmo.

Se você é gentil, as pessoas podem acusá-la de
egoísta, interesseira.
Seja gentil assim mesmo.

Se você é vencedora, terá alguns falsos
amigos e alguns inimigos verdadeiros.
Vença assim mesmo.

Se você é honesta e franca,as pessoas
podem enganá-la.

Seja honesta e franca assim mesmo.

O que você levou anos para construir,
alguém pode destruir de uma hora para outra.
Construa assim mesmo.

O bem que você faz hoje pode
ser esquecido amanhã.
Faça o bem assim mesmo.

Dê ao mundo o melhor
de você, mas isso pode nunca ser o bastante.
Dê o melhor de você assim mesmo.

Veja você que, no final das contas,
é entre você e Deus.
Nunca foi entre você e as outras pessoas.

Madre Tereza de Calcutá

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